Essa dica vai especialmente para os alunos de Ciências Sociais aplicadas à Odontologia, mas certamente servirá para muitas pessoas.
Uma forma rápida, gratuita e muito fácil de gerar referências no formato ABNT é usar o MORE - Mecanismo Online para Referências, uma ferramenta disponibilizada pela UFSC. Basta escolher o tipo de documento, preencher os campos e apertar um botão.
Os slides a seguir mostram como funciona. Aperte "fullscreen" para visualizar melhor.
Tutorial do MORE Mecanismo Online para Referências
Porque, como diria o velhinho barbudo, os dentistas fazem sua história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente...
02 dezembro 2010
29 novembro 2010
Mini Curso Ética em Pesquisa Humanas e Saúde
Recebi este convite e acho que pode interessar a quem mora em Salvador
Mini Curso Ética em Pesquisa Humanas e Saúde
6 e 7/12
Prof.a Dr.a Maria Helena Villas Boas Concone
Infromações 71-3283-6456
26 novembro 2010
A insana fase de campo da pesquisa – dicas que aprendi
Tem coisas sobre a fase de campo que ninguém revela no capítulo de metodologia da tese. Pensei que valeria à pena compartilhar no blog, já que não vai sair publicado em lugar nenhum.
Antes, para esclarecer: na minha pesquisa predomina a abordagem qualitativa, mas também utilizei muitos dados quantitativos secundários, da ANS, do CFO e do que mais pude encontrar. Tem algo de pesquisa documental, um rastreamento de notícias da imprensa na internet. E tem também entrevistas com doze dentistas. Tudo isto me manteve afastada deste blog nos últimos meses.
Sobre as entrevistas, há que se considerar a Lei de Murphy. Para me precaver, sempre levava dois aparelhos de gravação, além de anotar algumas informações em papel mesmo, no momento da entrevista. Isto me salvou várias vezes: não raro um aparelho dava defeito ou ficava com o som ruim. Anotem aí futuros e atuais pesquisadores: dois aparelhos sempre, mesmo que um deles seja um mp3 bem surrado.
Registrar alguns elementos durante a entrevista ajuda a manter o foco no entrevistado e evitar perguntas repetidas e incoerentes. Afinal, fazer uma entrevista é diferente de uma conversa informal. Não dá para supor que nas entrelinhas o informante está querendo dizer isto ou aquilo. Tem que perguntar: “você quis dizer isto?” ou “o que você quer dizer com tal palavra?”. Isto faz nos parecer meio idiotas, mas é um preço a pagar para não colocar palavras indevidas na boca do entrevistado.
Com o tempo, começamos a construir hipóteses de trabalho. Sei que muitos pesquisadores da área qualitativa vão sentir calafrios com a palavra hipótese. Entendam: não estou trabalhando com a ideia de refutabilidade de hipóteses. Mas é lógico que com o tempo começo a achar certas coisas sobre meu objeto e quero sabe se as coisas são mesmo assim. Por isso, gosto muito de expor tais “hipóteses”, ou o nome que queiram dar a isso, e perguntar se o entrevistado entende da mesma forma, se acha que é diferente. Isso ajuda a entender melhor a lógica dos processos, não tenham dúvida.
Uma dica preciosa para pesquisa: conheçam o Express Scribe. Mesmo que não sejam vocês mesmos a fazer a transcrição, é legal apresentar este programa maravilhoso para quem vai executar esta tarefa inglória. Economiza muito tempo nesta fase, é essencial.
Quando os manuais de metodologia falam que vem a fase de impregnação pelas entrevistas, eles não estão brincando: trata-se de impregnar mesmo. Revisar (quando outra pessoa transcreveu), imprimir, ler, reler, rabiscar, voltar a rabiscar e decorar o que está dito ali. As doze entrevistas que fiz moram hoje na minha cabeça. Não importa se depois vocês usem o N-Vivo ou Weft-QDA para sistematizar o material: nada substitui o ser humano por trás de tudo. Tive uma professora de metodologia no mestrado que era contra a utilização destes softwares. Dizia que era um erro chamá-los de programa de análise (no que está certa), e que o máximo que fazem é economizar três semanas de trabalho. Mas eu pergunto: quem não quer poupar três semanas de trabalho?
Todos já devem saber, mas nunca é demais repetir: diário de campo não é só pra quem faz etnografia. Vocês têm que ter um caderno ou arquivo no computador (prefiro papel mesmo, nasci no século XX) onde possam escrever tudo, qualquer ideia, por mais louca ou boba que seja. Um espaço para registrar sem censura tudo o que passa pela cabeça. A auto-censura vem depois. A tesoura do rigor metodológico vem depois.
Esta tem sido minha rotina nos últimos meses. Há momentos de cansaço, mas também outros de enorme satisfação. E eu estava precisando escrever um pouco sobre isso.
P.S.:
Um agradecimento especial a Leonardo, que ajudou na hercúlea tarefa de transcrição. Precisando, falem com ele. Lá no comecinho da jornada, quem me ajudou foi Monique, mas ela não está mais trabalhando com transcrições.
P.S. 2:
Aqui encontram algum artigos sobre metodologia qualitativa em saúde.
Antes, para esclarecer: na minha pesquisa predomina a abordagem qualitativa, mas também utilizei muitos dados quantitativos secundários, da ANS, do CFO e do que mais pude encontrar. Tem algo de pesquisa documental, um rastreamento de notícias da imprensa na internet. E tem também entrevistas com doze dentistas. Tudo isto me manteve afastada deste blog nos últimos meses.
Sobre as entrevistas, há que se considerar a Lei de Murphy. Para me precaver, sempre levava dois aparelhos de gravação, além de anotar algumas informações em papel mesmo, no momento da entrevista. Isto me salvou várias vezes: não raro um aparelho dava defeito ou ficava com o som ruim. Anotem aí futuros e atuais pesquisadores: dois aparelhos sempre, mesmo que um deles seja um mp3 bem surrado.
Registrar alguns elementos durante a entrevista ajuda a manter o foco no entrevistado e evitar perguntas repetidas e incoerentes. Afinal, fazer uma entrevista é diferente de uma conversa informal. Não dá para supor que nas entrelinhas o informante está querendo dizer isto ou aquilo. Tem que perguntar: “você quis dizer isto?” ou “o que você quer dizer com tal palavra?”. Isto faz nos parecer meio idiotas, mas é um preço a pagar para não colocar palavras indevidas na boca do entrevistado.
Com o tempo, começamos a construir hipóteses de trabalho. Sei que muitos pesquisadores da área qualitativa vão sentir calafrios com a palavra hipótese. Entendam: não estou trabalhando com a ideia de refutabilidade de hipóteses. Mas é lógico que com o tempo começo a achar certas coisas sobre meu objeto e quero sabe se as coisas são mesmo assim. Por isso, gosto muito de expor tais “hipóteses”, ou o nome que queiram dar a isso, e perguntar se o entrevistado entende da mesma forma, se acha que é diferente. Isso ajuda a entender melhor a lógica dos processos, não tenham dúvida.
Uma dica preciosa para pesquisa: conheçam o Express Scribe. Mesmo que não sejam vocês mesmos a fazer a transcrição, é legal apresentar este programa maravilhoso para quem vai executar esta tarefa inglória. Economiza muito tempo nesta fase, é essencial.
Quando os manuais de metodologia falam que vem a fase de impregnação pelas entrevistas, eles não estão brincando: trata-se de impregnar mesmo. Revisar (quando outra pessoa transcreveu), imprimir, ler, reler, rabiscar, voltar a rabiscar e decorar o que está dito ali. As doze entrevistas que fiz moram hoje na minha cabeça. Não importa se depois vocês usem o N-Vivo ou Weft-QDA para sistematizar o material: nada substitui o ser humano por trás de tudo. Tive uma professora de metodologia no mestrado que era contra a utilização destes softwares. Dizia que era um erro chamá-los de programa de análise (no que está certa), e que o máximo que fazem é economizar três semanas de trabalho. Mas eu pergunto: quem não quer poupar três semanas de trabalho?
Todos já devem saber, mas nunca é demais repetir: diário de campo não é só pra quem faz etnografia. Vocês têm que ter um caderno ou arquivo no computador (prefiro papel mesmo, nasci no século XX) onde possam escrever tudo, qualquer ideia, por mais louca ou boba que seja. Um espaço para registrar sem censura tudo o que passa pela cabeça. A auto-censura vem depois. A tesoura do rigor metodológico vem depois.
Esta tem sido minha rotina nos últimos meses. Há momentos de cansaço, mas também outros de enorme satisfação. E eu estava precisando escrever um pouco sobre isso.
P.S.:
Um agradecimento especial a Leonardo, que ajudou na hercúlea tarefa de transcrição. Precisando, falem com ele. Lá no comecinho da jornada, quem me ajudou foi Monique, mas ela não está mais trabalhando com transcrições.
P.S. 2:
Aqui encontram algum artigos sobre metodologia qualitativa em saúde.
22 setembro 2010
Informações da disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva III
Segue o material de algumas aulas, caso haja dificuldade em localizá-lo no Moodle.
23/08- Contexto atual da prática odontológica
Aquecimento: leitura e discussão de notícias relacionadas ao tema
Exposição dialogada - Slides disponíveis aqui
Texto de referência aqui.
Leituras complementares aqui.
13/09- Equipe de saúde bucal e práticas em Odontologia
Exposição dialogada - Slides disponíveis aqui.
Mais uma rápida fuga ao tema: precisamos escovar os dentes?
Eu outro post, já saí do assunto principal do blog para dar uma breve notícia sobre cremes dentais com baixo teor de flúor. Recentemente, uma matéria publicada em uma revista de grande circulação trazia o título "Não precisamos escovar os dentes - diz especialista". Sugiro uma visita ao blog do professor Cassius Torres, no qual ele sugere alguns "exercícios para desenvolver o espírito crítico".
15 setembro 2010
Estatísticas: que bom quando as encontramos...
A página do CFO fornece um conjunto de dados estatísticos relevantes, mas uma limitação estava me tirando o juízo: por mais que eu revirasse o site do avesso, eu só encontrava dados do momento presente. Embora seja muito útil ter disponíveis estatísticas atualizadas semanal ou mensalmente, há situações em que precisamos estabelecer comparações históricas.
Acabei encontrando as informações que queria no portal do DATASUS, neste atalho aqui. A fonte dos dados, segundo informa o sistema, é o próprio conselho. Assim, podemos verificar que em 1997, havia no Brasil 102.714 dentistas, enquanto que em 2007, este número subiu para 219.827. Mais que dobrou em uma década.
A tabela está abaixo, basta clicar para ampliar.
Acabei encontrando as informações que queria no portal do DATASUS, neste atalho aqui. A fonte dos dados, segundo informa o sistema, é o próprio conselho. Assim, podemos verificar que em 1997, havia no Brasil 102.714 dentistas, enquanto que em 2007, este número subiu para 219.827. Mais que dobrou em uma década.
A tabela está abaixo, basta clicar para ampliar.
10 setembro 2010
Acervo fotográfico
Encontrei uma conta no Flickr com um acervo precioso de ilustrações de antigos livros sobre Odontologia. A foto ao lado é do livro Mouth hygiene, a course of instruction for dental hygienists; a text-book containing the fundamentals for prophylactic operators, de Alfred C. Fones, publicado em 1916. Há também quadrinhos que saíram no Journal of the National Dental Hygiene Association, em 1946, um livro infantil de 1921 e várias outras imagens. Recomendo uma olhada.
(Agradecimentos a José Antônio Abreu de Oliveira)
P.S.1 : Não deixem de espiar um artigo de meados do século XIX discutindo se mulheres deveriam exercer a Odontologia.
P.S.2.:Também sugiro passar os olhos pela galeria History & Art of Dentistry.
(Agradecimentos a José Antônio Abreu de Oliveira)
P.S.1 : Não deixem de espiar um artigo de meados do século XIX discutindo se mulheres deveriam exercer a Odontologia.
P.S.2.:Também sugiro passar os olhos pela galeria History & Art of Dentistry.
30 agosto 2010
Técnica de Transferência de Instrumental: vídeo histórico
Há muitos anos, precisando estudar em detalhes a Odontologia a 4 mãos, li um clássico na área, no acervo da biblioteca de saúde da UFC, o livro do professor Chasteen, de onde tirei a ilustração ao lado. Esses dias, navegando pelo youtube encontrei um vídeo protagonizado pelo próprio, no canal da University of Michigan School of Dentristy. Aliás, que achado este canal! Uma coleção maravilhosa de vídeos históricos.
Não há indicação de data, suponho que o vídeo tenha sido gravado nos anos 70 - percebe-se pela biossegurança da época. A universidade adverte: "Este vídeo é apresentado apenas para finalidade histórica e pode trazer procedimentos que não são mais empregados atualmente". Descontados esses aspectos, é um recurso muito valioso para mostrar os detalhes da odontologia a quatro mãos.
Pensando em usar o vídeo em sala de aula, me lancei à elaboração de uma legenda. Confesso que o êxito foi parcial. Dos 12 minutos de gravação, legendei apenas os seis primeiros. Além disso, resolvi mostrar apenas a ideia geral da coisa, não é uma tradução literal. Caso alguém queira ajudar, aceito colaboração. Confiram:
Leia também, se achar:
CHASTEEN, J. E. Four handed dentistry in clinical practice. St. Louis: Mosby, 1978.
---------------------------
P,S.: Leia também este post:
Não há indicação de data, suponho que o vídeo tenha sido gravado nos anos 70 - percebe-se pela biossegurança da época. A universidade adverte: "Este vídeo é apresentado apenas para finalidade histórica e pode trazer procedimentos que não são mais empregados atualmente". Descontados esses aspectos, é um recurso muito valioso para mostrar os detalhes da odontologia a quatro mãos.
Pensando em usar o vídeo em sala de aula, me lancei à elaboração de uma legenda. Confesso que o êxito foi parcial. Dos 12 minutos de gravação, legendei apenas os seis primeiros. Além disso, resolvi mostrar apenas a ideia geral da coisa, não é uma tradução literal. Caso alguém queira ajudar, aceito colaboração. Confiram:
Leia também, se achar:
CHASTEEN, J. E. Four handed dentistry in clinical practice. St. Louis: Mosby, 1978.
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P,S.: Leia também este post:
Um vídeo sobre Odontologia a 4 mãos em Português
10 agosto 2010
Nova edição do Caderno de Informação da Saúde Suplementar
Foi publicada recentemente a edição do Caderno de Informação da Saúde Suplementar, que traz os dados da PNAD 2008 sobre acesso e utilização de serviços de saúde da população brasileira. A publicação traz dados referentes à população coberta por plano odontológico. Veja a tabela (clique para ampliar):
Caderno de Informação da Saúde Suplementar junho 2010 06
Leia o caderno aqui:
Caderno de Informação da Saúde Suplementar junho 2010 06
06 julho 2010
Mais eventos
A ABRASBUCO (Associação Brasileira de Saúde Bucal Coletiva) convida para sua reunião durante o XX ENATESPO (Encontro Nacional de Administradores e Técnicos dos Serviços Públicos Odontológicos) em Vitória -ES. Vejam os detalhes deste e outros eventos a seguir:
.
Período: 24 a 26/11/10
Local: UCSAL - Salvador/BA
Período de Inscrição de Trabalhos Científicos: até 20/07/10.
Período: 12 e 13 /08/2010
Local: UNESP/Marília
Período de Inscrição de Trabalhos Científicos: até 23/07/2010
Período: 29/07/2010
Local: Centro de Convenções de Vitória -ES.
Convite abaixo:
.
17 junho 2010
Representações sociais do mercado de trabalho odontológico
Foi por intermédio de Ana Clara e Sandra que conheci a charge que ilustra este post. Essa figura já deu margem para bastante discussão em sala de aula. Hoje achei um artigo que faz referência a ela, infelizmente não está disponível na internet:
ALVES, E. G. R. ; ANTUNES, J. L. F. . Levando o humor a sério: representações práticas odontológica no imaginário social através de charges e histórias em quadrinhos. Odontologia e Sociedade, SÃO PAULO/SP, v. 2, n. 1/2, p. 40-44, 2000.
O próprio artigo não localiza a fonte da charge, quem sabe algum leitor do blog conhece?
ALVES, E. G. R. ; ANTUNES, J. L. F. . Levando o humor a sério: representações práticas odontológica no imaginário social através de charges e histórias em quadrinhos. Odontologia e Sociedade, SÃO PAULO/SP, v. 2, n. 1/2, p. 40-44, 2000.
O próprio artigo não localiza a fonte da charge, quem sabe algum leitor do blog conhece?
15 junho 2010
Academia.edu: a rede social dos acadêmicos
Se você é daqueles que acham que o Lattes deveria ter o botão add e o Scielo permitir follow, creio que vá gostar da novidade. Trata-se do Academia.edu, que faz exatamente isso: nele você pode seguir colegas que trabalham em áreas de seu interesse, acompanhar periódicos, tuitar que artigos anda lendo.
Acredito que o sucesso das redes sociais na internet depende tanto das funcionalidades oferecidas quanto das pessoas que estão lá. No quesito funcionalidade, adorei o Academia.edu. Os textos carregados são hospedados no Scribd, o que permite fácil visualização sem sair da página. Também achei muito bom o fato de que podemos sugerir novas revistas - ontem eu sugeri a Cadernos de Saúde Pública, que este mês tem um debate importante para os epidemiologistas, vamos ver quanto tempo demora para incorporarem. O lado fraco é que não encontrei muitas pessoas com os mesmos interesses que eu para seguir. Quem sabe não é por ser ainda pouco conhecido?
Lana Bleicher
Acredito que o sucesso das redes sociais na internet depende tanto das funcionalidades oferecidas quanto das pessoas que estão lá. No quesito funcionalidade, adorei o Academia.edu. Os textos carregados são hospedados no Scribd, o que permite fácil visualização sem sair da página. Também achei muito bom o fato de que podemos sugerir novas revistas - ontem eu sugeri a Cadernos de Saúde Pública, que este mês tem um debate importante para os epidemiologistas, vamos ver quanto tempo demora para incorporarem. O lado fraco é que não encontrei muitas pessoas com os mesmos interesses que eu para seguir. Quem sabe não é por ser ainda pouco conhecido?
Lana Bleicher
11 junho 2010
Desejo, necessidade, vontade
Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...
(Comida - Titãs)
Estive lendo o capítulo referente à Odontologia da publicação "A trajetória dos cursos de graduação na área da saúde: 1991-2004" e uma tabela em especial me chamou a atenção por revelar algo que já vinha sendo constatado no cotidiano. Usando os dados dos questionários do ENADE preenchidos pelos concluintes de Odontologia no período de 1998 a 2003, os autores identificaram uma mudança significativa no desejo (ou necessidade?) dos formandos em relação ao exercício profissional imediato. Acompanhem:
Para ler a publicação na íntegra, cliquem abaixo:
A trajetória dos cursos de graduação na saúde
Link original
Agradecimentos a Celeste Morita pela indicação da publicação.
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...
(Comida - Titãs)
Estive lendo o capítulo referente à Odontologia da publicação "A trajetória dos cursos de graduação na área da saúde: 1991-2004" e uma tabela em especial me chamou a atenção por revelar algo que já vinha sendo constatado no cotidiano. Usando os dados dos questionários do ENADE preenchidos pelos concluintes de Odontologia no período de 1998 a 2003, os autores identificaram uma mudança significativa no desejo (ou necessidade?) dos formandos em relação ao exercício profissional imediato. Acompanhem:
Para ler a publicação na íntegra, cliquem abaixo:
A trajetória dos cursos de graduação na saúde
Link original
Agradecimentos a Celeste Morita pela indicação da publicação.
28 maio 2010
Informe rápido sobre a mobilização dos dentistas em Salvador
Este mês de maio foi para mim particularmente difícil, como se pode ver pelo reduzido número de postagens aqui.Assim, não pude fazer um acompanhamento mais cuidadoso do processo de mobilização dos dentistas de Salvador por melhor remuneração no atendimento a plano odontológico. Contudo, indico a leitura da notícia que informa que o movimento teve sucesso em seu pleito - vejam a matéria no site do CROBA:.
Fonte: http://www.croba.org.br/noticias.php?MjQx
Após uma assembléia realizada na sede da ABO, na última quarta-feira, 19 de maio, aceitou-se a proposta feita pela operadora de retorno à tabela anterior a redução e mais 6% de aumento. Além disso, ficou-se de resolver, em mesa de negociação, que ainda esta ativa, sobre uma data base as questões burocráticas e um novo reajuste de mais 4%.
Fonte: http://www.croba.org.br/noticias.php?MjQx
27 maio 2010
Curso de WEFT QDA
Já havia mencionado aqui meu interesse por softwares voltados ao tratamento de dados em pesquisa qualitativa. Também já tinha contado que minha escolha acabou recaindo sobre o WEFT-QDA, por ser um programa simples e gratuito. Como outras pessoas têm manifestado interesse, ministrei um mini-curso na Faculdade de Odontologia e outro no Centro de Recursos Humanos da UFBA. Fiz ainda um módulo no moodle, com três vídeo-aulas.
Para baixar o programa, o endereço é: http://www.pressure.to/qda/
Não deixem de ler também o manual do programa.
Para baixar o programa, o endereço é: http://www.pressure.to/qda/
Não deixem de ler também o manual do programa.
26 maio 2010
Memórias da Odontologia Simplificada
Mesmo tendo feito graduação em Odontologia nos anos 90, quando o modelo de Odontologia Simplificada já tinha sido deixado de lado, entrei em contato com suas propostas, quer nas aulas que recuperavam o histórico dos modelos de atenção em saúde bucal, quer nos locais de estágio (no CEO Rodolfo Teófilo de então a clínica era modular, ergnomicamente planejada, e trabalhava-se a quatro mãos). Lembro que estudávamos uma publicação da PUC-MG que descrevia o sistema de atendimento implantado na Escola Estadual Helena Guerra, exatamente com a foto ao lado.
Não vou fazer um balanço do que este modelo representou, no momento estou tendo que estudar coisas bem diferentes. Mas não posso deixar de registrar minha grata satisfação ao topar com a tese de Maria Inês Martins, Memórias e história: a trajetória do Curso de Odontologia da PUC Minas (1974-2001). Maria Inês fez uma pesquisa qualitativa de fôlego, entrevistando os principais atores envolvidos no projeto inovador daquele curso, que influenciou faculdades Brasil afora.
MARTINS 2002 Memórias e história a trajetória do Curso de Odontologia da PUC Minas 1974-2001
A foto que ilustra este post foi retirada da tese.
Não vou fazer um balanço do que este modelo representou, no momento estou tendo que estudar coisas bem diferentes. Mas não posso deixar de registrar minha grata satisfação ao topar com a tese de Maria Inês Martins, Memórias e história: a trajetória do Curso de Odontologia da PUC Minas (1974-2001). Maria Inês fez uma pesquisa qualitativa de fôlego, entrevistando os principais atores envolvidos no projeto inovador daquele curso, que influenciou faculdades Brasil afora.
MARTINS 2002 Memórias e história a trajetória do Curso de Odontologia da PUC Minas 1974-2001
A foto que ilustra este post foi retirada da tese.
28 abril 2010
Desterritorialização, imagens de Detroit, um consultório odontológico e um poema
Esses dias tenho lido bastante Beatrice Appay e Pierre Bourdieu para me apropriar melhor do conceito de precarização. Ambos relacionam este fenômeno ao de desterritorialização.
Fala Bourdieu:
Também por coincidência, chegou-me recentemente um poema de Drummond que casa perfeitamente com a exposição. Chama-se A Câmara Viajante, e retiro um trecho:
Fala Bourdieu:
“Começa-se assim a suspeitar de que a precariedade é o produto de uma vontade política, e não de uma fatalidade econômica, identificada com a famosa “mundialização”. A empresa “flexível” explora, de certa forma deliberadamente, uma situação de insegurança que ela contribui para reforçar: ela procura baixar os custos, mas também tornar possível essa baixa, pondo o trabalhador em risco permanente de perder seu trabalho. Todo o universo da produção, material e cultura, pública e privada, é assim arrebatado num vasto processo de precarização, inclusive com a desterritorialização da empresa (...)." (Bourdieu, 1998, p.123)
Coincidentemente, recebi esta semana, via @malvados, o link para uma exposição fotográfica que registra os efeitos do processo de desterritorialização sobre Detroit, outrora capital mundial da indústria automobilística. Em meio às fotos de fábricas e bairros inteiros abandonados, chamou-me atenção uma de um consultório odontológico.
Algumas fotos:
Também por coincidência, chegou-me recentemente um poema de Drummond que casa perfeitamente com a exposição. Chama-se A Câmara Viajante, e retiro um trecho:
Que pode a câmara fotográfica?
Não pode nada.
Conta só o que viu.
Não pode mudar o que viu.
Não tem responsabilidade no que viu.
A câmara, entretanto,
Ajuda a ver e rever, a multi-ver
O real nu, cru, triste, sujo.
Desvenda, espalha, universaliza.
A imagem que ela captou e distribui.
Obriga a sentir,
A, driticamente, julgar,
A querer bem ou a protestar,
A desejar mudança.
26 abril 2010
Paralisação de dentistas
Já tinha noticiado aqui no blog a assembleia ocorrida no dia 13 de abril, na qual os dentistas discutiram a redução da tabela de pagamentos da Prevdonto. Retorno ao assunto para informar que a deliberação daquele dia foi a suspensão do atendimento ao plano no período de 3 a 7 de maio (leia detalhes na página do CROBA).
Encontrei alguns blogs que estão divulgando o movimento:
- Ordotontia, ciência e saúde - Blog de Renato Ribeiro
- Você já sorriu hoje? Blog de Januária Lima
- Odonto Bucal - Blog de Bruno Espino
21 abril 2010
Publicações sobre quantidade e distribuição dos dentistas
Eu já tinha tratado em um post anterior da questão da distribuição de cirurgiões-dentistas, discutindo a controversa "recomendação da OMS". Hoje tropecei em alguns artigos que abordam o mesmo tema em outros países. Por exemplo, no artigo "Dental School Applicants by State Compared to Population and Dentist Workforce Distribution", Lauren Mentasti e Edward A. Thibodeau consideram que há problemas em relação ao número e distribuição de dentistas nos Estados Unidos, acarretando dificuldades de acesso a serviços odontológicos. Um dado que particulamente chama a atenção:
Outra publicação que acabei encontrando foi esta "The Economics of Dental Education" de L. Jacskson Brown e Lawrence H. Meskin, que pode ser lida na página na ADA. Infelizmente, ainda não tive ainda tempo de dedicar maior atenção a ela.
P.S.: Ainda não tinha divulgado aqui minha conta no twitter. É http://twitter.com/lanableicher
.
In 2002, about 63 percent of Americans overall and less than 50 percent of the poor visited a dentist in the past year. America’s problems in accessing oral health care have been attributed to the lack of dental health professionals in many areas of the country.Quem quiser ver o que tem sido dito sobre acesso a serviços odontológicos no Brasil, pode ver este post recente sobre dados da PNAD.
Outra publicação que acabei encontrando foi esta "The Economics of Dental Education" de L. Jacskson Brown e Lawrence H. Meskin, que pode ser lida na página na ADA. Infelizmente, ainda não tive ainda tempo de dedicar maior atenção a ela.
P.S.: Ainda não tinha divulgado aqui minha conta no twitter. É http://twitter.com/lanableicher
.
14 abril 2010
Google translate toolkit
Estou fazendo um mergulho na literatura francesa sobre precarização. O grande problema é que meu francês é muito limitado, constituindo-se apenas de um semestre na Casa de Cultura Francesa e algumas aulas de francês instrumental.
Foi assim que descobri o Google translate toolkit. Ele segue a lógica do Google Docs – é preciso ter uma conta Google para usar – e é bem superior aos demais tradutores mecânicos. Isto porque, como afirma o fabricante, trata-se de uma “tradução automática com toque humano”. Você importa o documento na língua original, que aparecerá na janela esquerda, enquanto na janela direita aparece a tradução. Então, sentença por sentença, o ser humano em questão vai corrigindo os erros da máquina, que vai aprendendo. Até hoje, me surpreendo como as máquinas estão ficando cada vez mais sabidas, haja vista o Akinator.
Procurando saber mais sobre a ferramenta, achei este blog, de uma tradutora profissional, que faz críticas ao aplicativo, a partir de um argumento muito importante: o trabalho que o ser humano faz, corrigindo os erros da máquina, é apreendido pela Google, que faz uso comercial dele. Em linguagem marxiana, é o trabalho morto substituindo o trabalho vivo em escala nunca imaginada. Mais do que o ocorrido no setor bancário ou de vendas pela internet, pois aqui se trata de um trabalho totalmente não-pago.
Mas continuo usando o Google translate toolkit pelo mesmo motivo pelo qual uso caixas eletrônicos e compro passagens na internet – porque preciso. O irônico da estória é que o texto que estou traduzindo trata exatamente de reestruturação produtiva, terceirização, precarização do trabalho, etc.
Este post pode ter interessado bem mais aos que estudam sociologia do trabalho do que aos dentistas - a menos que também estejam precisando de bons tradutores online. Para não deixar de dar um retorno aos odontológos, indico um artigo de Luís Cartaxo, que trata da satisfação dos usuários dos planos odontológicos. Lendo o artigo com calma, será possível perceber como as duas questões se relacionam.
Foi assim que descobri o Google translate toolkit. Ele segue a lógica do Google Docs – é preciso ter uma conta Google para usar – e é bem superior aos demais tradutores mecânicos. Isto porque, como afirma o fabricante, trata-se de uma “tradução automática com toque humano”. Você importa o documento na língua original, que aparecerá na janela esquerda, enquanto na janela direita aparece a tradução. Então, sentença por sentença, o ser humano em questão vai corrigindo os erros da máquina, que vai aprendendo. Até hoje, me surpreendo como as máquinas estão ficando cada vez mais sabidas, haja vista o Akinator.
Procurando saber mais sobre a ferramenta, achei este blog, de uma tradutora profissional, que faz críticas ao aplicativo, a partir de um argumento muito importante: o trabalho que o ser humano faz, corrigindo os erros da máquina, é apreendido pela Google, que faz uso comercial dele. Em linguagem marxiana, é o trabalho morto substituindo o trabalho vivo em escala nunca imaginada. Mais do que o ocorrido no setor bancário ou de vendas pela internet, pois aqui se trata de um trabalho totalmente não-pago.
Mas continuo usando o Google translate toolkit pelo mesmo motivo pelo qual uso caixas eletrônicos e compro passagens na internet – porque preciso. O irônico da estória é que o texto que estou traduzindo trata exatamente de reestruturação produtiva, terceirização, precarização do trabalho, etc.
Este post pode ter interessado bem mais aos que estudam sociologia do trabalho do que aos dentistas - a menos que também estejam precisando de bons tradutores online. Para não deixar de dar um retorno aos odontológos, indico um artigo de Luís Cartaxo, que trata da satisfação dos usuários dos planos odontológicos. Lendo o artigo com calma, será possível perceber como as duas questões se relacionam.
07 abril 2010
Assembleia de dentistas
O blog Dentista em apuros já tinha noticiado o problema que dentistas soteropolitanos têm enfrentado com a redução dos valores da tabela de procedimentos efetuada por uma das operadoras de planos odontológicos em Salvador. Em resposta estão sendo realizadas assembleias pelos principais interessados - dentistas credenciados - para fazer frente a esta situação. Veja aqui a convocatória. A assembleia será no dia 13 de abril, às 19 horas na ABO-BA.
31 março 2010
Como anda o acesso a serviços odontológicos?
Acaba de ser divulgada a publicação do IBGE que sintetiza os dados de suplemento de Saúde da PNAD de 2008: Um Panorama da Saúde no Brasil - Acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde - 2008.
Recortei um trecho útil:
Veja também:
PNAD 1998
PNAD 2003
Recortei um trecho útil:
Embora 88,3% da população já tenha procurado serviços dentários, apenas 40,0% o fizeram há menos de um ano da data da entrevista (...). Enquanto 98,0% das pessoas pertencentes à classe de rendimento mensal domiciliar per capita de mais de 5 salários mínimos já tinham se consultado com um dentista, para aqueles na classe de até ¼ do salário mínimo o percentual foi de 71,3%. Considerando um período mais curto, um ano antes da entrevista, para a realização da consulta, estes percentuais ficam ainda mais distantes, 67,2% para a classe de maior rendimento e 28,5% para a menor classe.
Veja também:
PNAD 1998
PNAD 2003
30 março 2010
Seminário Intermediário do GT Trabalho e Sindicalismo da ANPOCS
Agora uma notícia na área de Sociologia do Trabalho: segue até 28 de abril o envio de propostas de comunicação para o Seminário Intermediário do GT Trabalho e Sindicalismo da ANPOCS, a realizar-se em Campina Grande, entre 26 e 28 de maio.
Programação e edital logo abaixo:
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Programação e edital logo abaixo:
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Off-topic: Cremes dentais com baixo teor de flúor
Este não é - mesmo - o foco do blog. Porém, como minha dissertação do mestrado foi sobre fluoretação da água, acabo me interessando pelo que aparece sobre tecnologias preventivas em saúde bucal. Recebi por email esta notícia da dissertação defendida por Regiane Cristina do Amaral, sob orientação do professor Jaime Aparecido Cury e considerei que merecia ser divulgada, dada a relevância do tema.
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22 março 2010
OSC III: aula do dia 22/março
Caros alunos de Odontologia em Saúde Coletiva III,
O texto básico da aula de hoje é: Contexto atual da prática odontológica. Lana Bleicher. [Link]
Para ver todos os links dos documentos referidos em sala de aula, clique aqui e aqui.
Para baixar uma cópia dos slides em formato para impressão (6 por página e preto e branco), clique aqui.
Para ir à página do moodle da disciplina, clique aqui.
O texto básico da aula de hoje é: Contexto atual da prática odontológica. Lana Bleicher. [Link]
Para ver todos os links dos documentos referidos em sala de aula, clique aqui e aqui.
Para baixar uma cópia dos slides em formato para impressão (6 por página e preto e branco), clique aqui.
Para ir à página do moodle da disciplina, clique aqui.
17 março 2010
O cirurgião dentista: da prática liberal ao assalariamento empreendedor
A falta de atualizações no blog tem um motivo justo: preparação do texto para qualificação. Parte do material da qualificação será apresentado no I Encontro dos Programas de Pós-Graduação de São Lázaro, na UFBA. Para aqueles que moram em Salvador e se interessam pelo assunto, a apresentação do trabalho "O cirurgião dentista: da prática liberal ao assalariamento empreendedor" será às 15:30 h do dia 23 de março (terça-feira), na Sala 14 do Pavilhão de Aulas São Lázaro.
A programação do evento pode ser vista aqui:
Programacao Do Encontro de Sao Lazaro
A programação do evento pode ser vista aqui:
Programacao Do Encontro de Sao Lazaro
13 março 2010
Artigos sobre metodologia qualitativa em saúde
Compartilho alguns artigos que me ajudaram a sistematizar os procedimentos metodológicos na minha pesquisa, de abordagem qualitativa (clique no título para ter acesso ao texto):
FONTANELLA, B. J. B.; RICAS, J.; TURATO, E. R. Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 17-27, 2008.
MINAYO, M. C. S.; SANCHES, O. Quantitativo-qualitativo: oposição ou complementaridade?. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p. 239-248, 1993.
RESSEL, L. B. et al . O uso do grupo focal em pesquisa qualitativa. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 17, n. 4, p. 779-786, 2008.
SCRAIBER, L.B. Pesquisa qualitativa em saúde: reflexões metodológicas do relato oral e produção de narrativas em estudo sobre a profissão médica. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 1, Feb. 1995 . f
VILA, V. da S. C. ; ROSSI, L. A. ; C., M. C. S. ; ZAGO, M. M. F. Pesquisa Etnográfica em Saúde: sua apreciação por Comitês de Ética em pesquisa. Rev. SOCERJ, v. 20, p. 240-242, 2007.
03 março 2010
Livro: Perfil Atual eTendências do Cirurgião-dentista brasileiro
Há uma gama imensa de informações que ajudariam a entender melhor quem é o dentista brasileiro, mas se encontra dispersa em bancos de dados das mais variadas instituições. Este é o motivo pelo qual saudamos o trabalho organizado por Maria CelesteMorita, Ana Estela Haddad e Maria Ercília de Araújo, do ObservaRHodonto, lançado no último dia 2 de fevereiro. O livro pode ser obtido nos endereços abaixo.
Link para baixar o livro
Link para portal do ObservaRHodonto
Informações sobre o livro
“Perfil Atual eTendências do Cirurgião-dentista brasileiro”
Maria CelesteMorita,
Ana Estela Haddad
Maria Ercília de Araújo.
Dental Press 96p.
Link para baixar o livro
Link para portal do ObservaRHodonto
Informações sobre o livro
“Perfil Atual eTendências do Cirurgião-dentista brasileiro”
Maria CelesteMorita,
Ana Estela Haddad
Maria Ercília de Araújo.
Dental Press 96p.
01 março 2010
A Odontologia e o cronômetro: Odontologia a quatro mãos
Quem fizer uma busca por Four-Handed Dentistry (Odontologia a quatro mãos) no Youtube não vai encontrar coisas muito recentes. É como alerta o vídeo abaixo: este material tem finalidade histórica e traz ações não mais recomendadas na prática clínica atual (chamará a atenção de qualquer um a falta de equipamentos de proteção individual, para dizer o mínimo).
Mas vídeos como este contam muito de uma época em que se tentou taylorizar a prática odontológica - percebam o cronômetro disposto ao lado do instrumental. O fato de não encontrarmos muitos vídeos recentes com o mesmo propósito certamente conta algo sobre o sucesso da iniciativa. Um campo aberto a pesquisadores que se dediquem a investigar o porquê.
Fonte: University of Michigan, 2008
www.dent.umich.edu
-------------------------------
P.S.:
Leia também este post: Um vídeo sobre Odontologia a 4 mãos em Português
Mas vídeos como este contam muito de uma época em que se tentou taylorizar a prática odontológica - percebam o cronômetro disposto ao lado do instrumental. O fato de não encontrarmos muitos vídeos recentes com o mesmo propósito certamente conta algo sobre o sucesso da iniciativa. Um campo aberto a pesquisadores que se dediquem a investigar o porquê.
Fonte: University of Michigan, 2008
www.dent.umich.edu
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P.S.:
Leia também este post: Um vídeo sobre Odontologia a 4 mãos em Português
18 fevereiro 2010
Bastidores da pesquisa: software de análise de dados qualitativos - WEFT QDA
Uma das complicações de quem faz pesquisa qualitativa é o tratamento das entrevistas e outros documentos. E uma complicação para quem faz qualquer pesquisa é a organização dos artigos e fichamentos. Estou tentando resolver as duas coisas com um programa só.
Em uma postagem anterior, eu falei que explorava as possibilidades do N-Vivo. Acabei desistindo e optando pelo WEFT-QDA, por se tratar de um software gratuito. Ainda estou na fase de cadastro e categorização dos artigos. Como não realizei nenhuma entrevista até o momento, esse potencial ainda permanece inexplorado.
O programa tem interface muito simples, mas toda em inglês, o que pode atrapalhar alguns. Aliás, tudo o que encontrei de relevante falando deste programa é também em inglês.
Estou investindo bastante tempo na montagem do banco de dados e na categorização dos artigos. Infelizmente, só saberei se o esforço terá valido à pena um pouco tarde demais. Ainda é cedo para emitir um parecer sobre o programa, depois de concluída a última fase da pesquisa poderei dizer se terá valido o tempo investido.
Abaixo segue uma mostra de como anda o banco de dados. Em fase muito inicial.
Observação:
Para quem se interessa pelo assunto, indico algumas páginas:
Em uma postagem anterior, eu falei que explorava as possibilidades do N-Vivo. Acabei desistindo e optando pelo WEFT-QDA, por se tratar de um software gratuito. Ainda estou na fase de cadastro e categorização dos artigos. Como não realizei nenhuma entrevista até o momento, esse potencial ainda permanece inexplorado.
O programa tem interface muito simples, mas toda em inglês, o que pode atrapalhar alguns. Aliás, tudo o que encontrei de relevante falando deste programa é também em inglês.
Estou investindo bastante tempo na montagem do banco de dados e na categorização dos artigos. Infelizmente, só saberei se o esforço terá valido à pena um pouco tarde demais. Ainda é cedo para emitir um parecer sobre o programa, depois de concluída a última fase da pesquisa poderei dizer se terá valido o tempo investido.
Abaixo segue uma mostra de como anda o banco de dados. Em fase muito inicial.
Observação:
Para quem se interessa pelo assunto, indico algumas páginas:
11 fevereiro 2010
Dificuldades encontradas no Programa Saúde da Família
Gostaria de chamar atenção para este artigo publicado no final do ano passado, que traz um panorama da inserção das equipes de saúde bucal (ESF) no Programa Saúde da Família em Minas Gerais. Os autores encontraram que 66,9% dos municípios participantes da pesquisa mantinham os membros das ESF sob formas de contratação instáveis. Um dos entrevistados relatou:
LOURENÇO, Eloisio do Carmo; SILVA, Ana Cláudia Baladelli; MENEGHIN, Marcelo de Castro e PEREIRA, Antonio Carlos. A inserção de equipes de saúde bucal no Programa Saúde da Família no Estado de Minas Gerais. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2009, vol.14, suppl.1, pp. 1367-1377. ISSN 1413-8123.
Estou neste sistema há cinco anos e não tenho férias, 1/3 de férias e nem 13º salário. Por questões políticas, este trabalho deverá ser alterado. O prefeito eleito acabará com esta equipe, acho difícil os profissionais das ESB poderem fazer um trabalho contínuo e decisivo estando sempre ameaçados por questões políticas.Mais um desafio que está posto para os dentistas.
LOURENÇO, Eloisio do Carmo; SILVA, Ana Cláudia Baladelli; MENEGHIN, Marcelo de Castro e PEREIRA, Antonio Carlos. A inserção de equipes de saúde bucal no Programa Saúde da Família no Estado de Minas Gerais. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2009, vol.14, suppl.1, pp. 1367-1377. ISSN 1413-8123.
04 fevereiro 2010
Contexto atual da prática odontológica
Estes são os slides para a aula de hoje da disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva III.
Contexto atual da prática odontológica
Texto básico para a aula:
Contexto atual da prática odontológica. Lana Bleicher. [Link]
Leitura complementar:
Afinal, quem é a classe trabalhadora, hoje? Ricardo Antunes [Link]
A Crise Da Odontologia Brasileira. Zanetti. [Link para pdf]
Documentos referidos nos slides:
Contexto atual da prática odontológica
Texto básico para a aula:
Contexto atual da prática odontológica. Lana Bleicher. [Link]
Leitura complementar:
Afinal, quem é a classe trabalhadora, hoje? Ricardo Antunes [Link]
A Crise Da Odontologia Brasileira. Zanetti. [Link para pdf]
Documentos referidos nos slides:
- Análise do mercado de trabalho odontológico na região nordeste do Brasil. Luiz Renato Paranhos, Ivan Delgado Ricci, Danilo Furquim Siqueira, Marco Antonio Scanavini, Eduardo Daruge Júnior. 2009. [Link]
- Atlas do emprego em Saúde no Brasil. Cristiana Leite Carvalho, Jackson Freire Araújo e João Batista Girardi Junior. 2004. [Link]
- Caracterização dos recursos humanos nos serviços públicos municipais de saúde bucal no Brasil. Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde/MS; Organização Pan-Americana de Saúde. 2006 [Link]
- Dados Básicos sobre Recursos Humanos. ObservaRH - NESP/CEAM/UnB. 2007 [Link]
- Saúde bucal no Brasil. Vitor Gomes Pinto. 1983 [Link]
28 janeiro 2010
Qual a proporção dentista : habitantes recomendada pela OMS?
Acredito que todos os dentistas já devem alguma vez ter ouvido a frase "a OMS recomenda a proporção de 1 dentista para cada 1.500 habitantes". Mas o que ela quer dizer com isso? Que se a proporção 1:9.000 é ruim, então a proporção 1: 167 é boa? Não faz muito sentido.
Paulo Capel Narvai escreveu um artigo para o Jornal do Site dizendo que este dado seria uma lenda. Uma espécie de hoax que teria se iniciado antes mesmo da popularização da internet. Diz ele:
Confesso que há muito tempo não tenho sossego, procurando as origens da lenda, pois encontrei publicações até de 1979 com essa informação. Até que me bateu a ideia de procurar onde a coisa começou (ou não) : a própria OMS.
Achei um comunicado da organização que esclarece a coisa toda:
Então, como tudo aconteceu?
No longínquo ano de 1972 ocorreu a III Reunião Especial de Ministros de Saúde das Américas, que resultou no Plano Decenal de Saúde para as Américas. Os ministros ali reunidos combinaram a meta de alcançar "8 médicos, 2 odontólogos, 4,5 enfermeiros e 14,5 auxiliares de enfermaria para cada 10.000 habitantes". Só isso. E o valor nem corresponde à versão consagrada na literaura...
O documento é fruto de um evento da OPAS-OMS, mas não é uma resolução oficial da organização, que diria quanto dentistas deveriam existir pra cada tantos mil habitantes.
Ate porque, em 1972 a realidade era outra, não é? Bem aqui um artigo do Vitor Pinto de 1983, que não me deixa mentir.
O link para o esclarecimento da OMS é este, mas você pode ler abaixo:
Leitos por Habitante e Médicos por Habitante
Veja também este vídeo:
Paulo Capel Narvai escreveu um artigo para o Jornal do Site dizendo que este dado seria uma lenda. Uma espécie de hoax que teria se iniciado antes mesmo da popularização da internet. Diz ele:
"Não basta para o enfrentamento da atual política de formação de recursos humanos em saúde — aí incluídos os recursos humanos odontológicos —, a enfadonha citação de que "a Organização Mundial da Saúde recomenda 1 dentista para 1.500 habitantes." (Há variantes como 1/1.000 ou 1/2.000). Há pelo menos dois erros nisso: em primeiro lugar, a OMS não recomenda coisa alguma. Em algum momento alguém deve ter lido mal em algum lugar, citou erroneamente a OMS e, a partir daí, tem havido uma repetição mecânica e acrítica dessa proporção. Jamais encontrei a referência bibliográfica nos artigos que mencionam a tal proporção. Nos documentos da OMS, aos quais tive acesso, nunca li nada sobre o assunto. Até que algum pesquisador desvende esse mistério, pode-se concluir que trata-se de pura lenda".
Confesso que há muito tempo não tenho sossego, procurando as origens da lenda, pois encontrei publicações até de 1979 com essa informação. Até que me bateu a ideia de procurar onde a coisa começou (ou não) : a própria OMS.
Achei um comunicado da organização que esclarece a coisa toda:
"A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) não recomendam nem estabelecem taxas ideais de número de leitos por habitante a serem seguidas e cumpridas por seus países-membros. Tampouco definem e recomendam o número desejável de médicos, enfermeiros e dentistas por habitante. Não existe, ainda, orientação sobre a duração ideal das consultas médicas ou um número desejável de pacientes atendidos por hora." Grifo meu.
Então, como tudo aconteceu?
No longínquo ano de 1972 ocorreu a III Reunião Especial de Ministros de Saúde das Américas, que resultou no Plano Decenal de Saúde para as Américas. Os ministros ali reunidos combinaram a meta de alcançar "8 médicos, 2 odontólogos, 4,5 enfermeiros e 14,5 auxiliares de enfermaria para cada 10.000 habitantes". Só isso. E o valor nem corresponde à versão consagrada na literaura...
O documento é fruto de um evento da OPAS-OMS, mas não é uma resolução oficial da organização, que diria quanto dentistas deveriam existir pra cada tantos mil habitantes.
Ate porque, em 1972 a realidade era outra, não é? Bem aqui um artigo do Vitor Pinto de 1983, que não me deixa mentir.
O link para o esclarecimento da OMS é este, mas você pode ler abaixo:
Leitos por Habitante e Médicos por Habitante
Veja também este vídeo:
26 janeiro 2010
O mundo maravilhoso que nos prometeram
Estou lendo um artigo do Giovanni Alves que disseca o conceito de empregabilidade e seus significados na ideologia do regime de acumulação flexível. No meio do artigo, ele afirma:
De imediato, lembrei de uma tirinha recente do André Dahmer:
O trabalho árduo não é abolido. Pelo contrário, surgem novas formas de intensificação de trabalho com impactos perversos na estrutura psíquica (e mental) de homens e mulheres trabalhadoras, como demonstram as novas empresas toyotizadas.
De imediato, lembrei de uma tirinha recente do André Dahmer:
Fonte: Malvados. Autor: Dahmer
E o que isso tudo tem a ver com dentistas? Respostas, só na tese.
19 janeiro 2010
Contribuição sindical
O site do CFO noticiou ontem a publicação de nota técnica do Ministério do Trabalho e Emprego que se aplica, dentre outros profissionais, a cirurgiões-dentistas.
Gostaria muito de fazer um post longo sobre o assunto, mas definitivamente tenho tarefas prioritárias. Resta-me comentar, de passagem, que a contribuição sindical é uma das heranças varguistas mais eficazes no sentido de atrelar sindicatos ao aparelho estatal. Tanto é que o novo sindicalismo dos anos 80 era contrário ao mesmo, bandeira que foi deixada de lado por parte daqueles atores. Contudo há, mesmo hoje, sindicatos que mantêm sua posição contrária a esta "contribuição" compulsória, por entenderem que os sindicatos devem ser mantidos com as contribuições voluntárias de seus sindicalizados. Seria salutar que este debate fosse travado também por dentistas e seus sindicatos.
Nt_201 Despacho Sobre Imposto Sindical
Gostaria muito de fazer um post longo sobre o assunto, mas definitivamente tenho tarefas prioritárias. Resta-me comentar, de passagem, que a contribuição sindical é uma das heranças varguistas mais eficazes no sentido de atrelar sindicatos ao aparelho estatal. Tanto é que o novo sindicalismo dos anos 80 era contrário ao mesmo, bandeira que foi deixada de lado por parte daqueles atores. Contudo há, mesmo hoje, sindicatos que mantêm sua posição contrária a esta "contribuição" compulsória, por entenderem que os sindicatos devem ser mantidos com as contribuições voluntárias de seus sindicalizados. Seria salutar que este debate fosse travado também por dentistas e seus sindicatos.
Nt_201 Despacho Sobre Imposto Sindical
14 janeiro 2010
Boletim O Trabalho na Saúde
O DIEESE publicou, no final do ano passado, o boletim Trabalho na Saúde, que faz uma análise do comportamento da força de trabalho no setor saúde, tanto no setor público quanto privado, nestes 20 anos de SUS, tomando como base os dados da PED - Pesquisa de Emprego e Desemprego.
O estudo aponta um aumento da ocupação no setor saúde, predomínio do assalariamento formal, queda de rendimentos e aumento da jornada de trabalho. É uma pena que a publicação não traga dados desagregados por ocupação, o que nos seria muito útil, mas considerando que este é apenas o primeiro número da série, quem sabe não teremos algo assim no futuro?
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08 janeiro 2010
VII Seminário do Trabalho - Trabalho, Educação e Reprodução Social
Na semana passada, foi divulgado por aqui o XX ENATESPO, evento que interessará aos que lidam com Saúde Bucal Coletiva. Hoje é dia de divulgar o VII Seminário do Trabalho, que tem por tema "Trabalho, Educação e Reprodução Social". As instituições promotoras são a RET - Rede de Estudos do Trabalho, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – UNESP – Marilia e o Grupo de Pesquisa “Estudos da Globalização”. O evento será na UNESP, em Marília, de 24 a 28 de maio e o envio de trabalhos já foi iniciado. Em paralelo, ocorrerá a IV Mostra CineTrabalho, promovido pelo Projeto de Extensão Universitária Tela Crítica.
Maiores informações aqui.
Não deixem de visitar também o Blog da RET: http://rededeestudosdotrabalho.blogspot.com/
e o blog do seminário: http://seminariodotrabalho.blogspot.com/
Maiores informações aqui.
Não deixem de visitar também o Blog da RET: http://rededeestudosdotrabalho.blogspot.com/
e o blog do seminário: http://seminariodotrabalho.blogspot.com/
02 janeiro 2010
O XX ENATESPO será em Vitória
Esse post é para o pessoal da saúde bucal coletiva.
Já começam a chegar notícias da organização do XX ENATESPO - Encontro Nacional de Administradores e Técnicos do Serviço Público Odontológico, que acontecerá em julho de 2010, em Vitória, Espírito Santo. Veja aqui o formulário de consulta pública.
Já começam a chegar notícias da organização do XX ENATESPO - Encontro Nacional de Administradores e Técnicos do Serviço Público Odontológico, que acontecerá em julho de 2010, em Vitória, Espírito Santo. Veja aqui o formulário de consulta pública.
Os primeiros ENATESPOS surgiram nos anos 80, reunindo mulheres e homens que buscavam refletir sobre a realidade dos serviços odontológicos à luz dos debates trazidos pela reforma sanitária. De lá pra cá, o SUS foi criado, surgiu o Programa Saúde da Família e foram sendo realizados também os Congressos Brasileiros de Saúde Bucal Coletiva, em paralelo aos enatespos. Surgiram também edições estaduais - estão aí os epatespos, egatespos, ecatespos, ebatepos, etc.
Abaixo, alguns materiais de divulgação de edições anteriores do ENATESPO:
(Estas imagens foram compiladas por ocasião do Enatespo de 2005 e tenho medo de não lembrar as pessoas que as forneceram. É quase certo que foram enviadas pelos professores Luiz Noro e Paulo Capel Narvai, mas se alguém puder informar melhor...)
Abaixo, alguns materiais de divulgação de edições anteriores do ENATESPO:
(Estas imagens foram compiladas por ocasião do Enatespo de 2005 e tenho medo de não lembrar as pessoas que as forneceram. É quase certo que foram enviadas pelos professores Luiz Noro e Paulo Capel Narvai, mas se alguém puder informar melhor...)
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