10 dezembro 2009

O perfil do cirurgião-dentista

É com bastante expectativa que aguardamos a publicação dos resultados da pesquisa “Perfil Atual e Tendências do Cirurgião-Dentista brasileiro”, cuja prévia já tem sido divulgada na internet. Há, de fato, uma carência de dados mais detalhados sobre o tema.

Apenas a título de comparação, vale à pena conhecer o que foi escrito no ano de 1986 sobre o assunto. Vejam só:

"Poderia levantar-se a hipótese do dentista brasileiro majoritário como um homem de 35 anos, de prática geral, que no máximo emprega uma assistente de consultório, serve a 1000 pessoas por ano que lhe visitam, em média, três vezes, tem uma entrada equivalente entre 5 e 10 salários mínimos, realiza sua prática num consultório particular, porém tem um trabalho a nível institucional (serviço, pesquisa ou docência). Serve a 15% da população brasileira, pratica mais o enfoque curativo-reparador, utiliza equipamento sofisticado, passa longos períodos de pé ou sentado, usa óculos e apresenta pequenos problemas de surdez, dor e solidão, além de algumas moléstias nas costas, se diverte pouco e passa (ainda que muito tempo desocupado) mais de 10 horas diárias no seu consultório."

O trecho acima foi extraído de um artigo de Jorge Cordón escrito há mais de 20 anos. O que permanece e o que se modificou neste perfil?


CORDÓN, Jorge. A saúde bucal e o mercado de trabalho odontológico. Saúde em Debate. Londrina, nº 18, p.52-64, dez., 1986.

02 dezembro 2009

Uma obra apaixonante: A Odontologia sob O Capital

Em 1979 não existia SUS, falava-se em "Saúde para todos no anos 2000" e os planos odontológicos ainda não passavam de embriões. Contudo, Helena Heloísa Paixão escreveu uma dissertação que focava o mercado de trabalho odontológico por um ângulo crítico e trazia conclusões reveladoras.

Helena Paixão defende que o mercado de trabalho odontológico vivia uma fase de transição:
"Esta fase transicional se caracteriza pela perda progressiva de autonomia e, consequentemente, pela existência de múltiplas formas alternativas de integração do profissional no mercado, desde o liberal tradicional até o assalariado". (p. 03)

“Embora rejeitando o assalariamento, os profissionais não têm condições para detê-lo. Tentam alternativas, entre as quais o trabalho em equipe e combinado.” (p. 94)

Ao mencionar a existência de clínicas odontológicas "populares", chama atenção para:
"...as condições de funcionamento dessas clínicas os serviços prestados, a propaganda de preços irrisórios através de volantes lançados de aviões, as condições de trabalho dos CD´s: normalmente recém-formados que ganham por produção e que são obrigados a atender de 50 a 100 clientes por dia (12 a 14 horas de serviço), gerando, portanto, atendimento precário." (p. 101)

Enfim, é uma leitura obrigatória para quem quer compreender o mercado de trabalho odontológico nos dias de hoje.

PAIXÃO, Helena Heloísa. A odontologia sob o capital: o mercado de trabalho e a formação universitário-profissional do Cirurgião-Dentista. Belo Horizonte: Faculdade de Educação da UFMG, 1979. 167p. (Dissertação, Mestrado em Educação).

01 dezembro 2009

Algumas charges de Odontologia

Quem estiver disposto a procurar charges relacionadas à Odontologia encontrará farto material em comunidades no Orkut e blogs. Não pretendo compilar todo o material disponível. Apenas selecionei algumas que, de certa forma, dialogam com o tema do mercado de trabalho odontológico. Quem tiver sugestões a dar, serão bem vindas.

Seguem abaixo:


Observação: O link direto para o blog citado nos slides é http://www.netdentista.com/