Hoje à tarde estarei no XXII Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e falarei sobre a importância do sindicato e seu papel
Seguem abaixo slides que acompanharão a intervenção. Também podem ser visualizados neste link.
Importância do sindicato e seu papel
.
Porque, como diria o velhinho barbudo, os dentistas fazem sua história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente...
16 outubro 2015
21 agosto 2015
Sobre golpes
Acabei de ter acesso ao artigo “Gastos com planos de saúde das famílias brasileiras: estudo descritivo com dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares 2002-2003 e 2008-2009”, elaborado por pesquisadores do IPEA e publicado na revista Ciência e Saúde Coletiva de maio. Nele os autores afirmam que a estimativa de gasto tributário com saúde para o ano de 2014 seria de R$ 23,7 bilhões.
O que é gasto tributário? É aquilo que o “Estado deixa de arrecadar, agindo como se gastasse”. Isso ocorre de várias formas. Uma delas é a renúncia “decorrente do imposto sobre a renda da pessoa física correspondente aos gastos com planos de saúde”.
Ora, só esse ano o governo Dilma tesourou R$15,2 bilhões do orçamento da Saúde. Entenderam aí a conta? Renunciou a 23 bilhões no ano passado, favorecendo a saúde privada, e economizou na saúde pública 15 bilhões esse ano.
A excelente pesquisa “Representação política e interesses particulares na saúde: a participação de empresas de planos de saúde no financiamento de campanhas eleitorais em 2014” realizada por Mário Scheffer e Ligia Bahia constatou que “as empresas de planos de saúde doaram R$ 54,9 milhões para as campanhas de 131 candidatos nas eleições de 2014”. Dilma foi a principal beneficiada, recebendo R$ 7 milhões da Amil e R$ 4 milhões da Qualicorp, mas Aécio e Marina também receberam generosas contribuições. É um excelente investimento doar na casa de milhões e receber dividendos na ordem de bilhões!
Portanto, reproduzindo as palavras de uma grande amiga, se existe algum golpe em curso, esse golpe é contra os trabalhadores. É contra a educação pública, com o asfixiamento orçamentário das universidades; é contra a saúde pública (aumento do percentual da DRU à vista!), é contra os direitos dos trabalhadores. Não fui à rua dia 16, mas também não fui à rua dia 20. Se existe alguém ameaçado, são os serviços públicos e os trabalhadores.
FRANCO, Pedro Rocha; FONSECA, Marcelo da. Cidades, Saúde e Educação têm cortes de R$ 3,4 bilhões no orçamento de 2015. 2015. Disponível em: <http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/07/30/internas_economia,673839/cidades-saude-e-educacao-tem-cortes-de-r-3-4-bilhoes-no-orcamento-de.shtml>. Acesso em: 21 ago. 2015.
GARCIA, Leila Posenato et al . Gastos com planos de saúde das famílias brasileiras: estudo descritivo com dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares 2002-2003 e 2008-2009. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 20, n. 5, p. 1425-1434, maio 2015 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000501425&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 21 ago. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015205.07092014.
SCHEFFER, Mário; BAHIA, Ligia. Representação política e interesses particulares na saúde: a participação de empresas de planos de saúde no financiamento de campanhas eleitorais em 2014. 2015. Disponível em: <http://www.abrasco.org.br/site/wp-content/uploads/2015/02/Planos-de-Saude-e-Eleicoes-FEV-2015-1.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2015.
11 maio 2015
Busca de artigos? Faça com que os artigos venham até você
Quem iria imaginar que um dia viveríamos um mundo em que um robô estaria constantemente fazendo busca de publicações científicas a partir de palavras definidas por nós e nos enviaria por e-mail sempre que fossem publicadas? Sim, isso existe e é algo muito simples de aprender. Vamos lá.
1) O primeiro passo é acessar a página do Google Acadêmico.
2) Em seguida, digitar as palavras com as quais você deseja fazer a busca de artigos, teses e dissertações. Valem as mesmas regras para a busca tradicional do Google: expressões entre aspas resultam na busca daquela combinação exata de palavras:
3) O resultado é tudo o que o Google encontra com aquelas palavras que já tenha sido publicado até aquele momento. Só que não queremos apenas isso. Queremos receber, daqui pra frente, tudo o que for produzido com aqueles termos. Para isso, devemos clicar em "Criar alerta".
4) Na tela seguinte, além de definir as palavras da busca, você deve digitar o email para o qual as publicações devem ser enviadas.
5) Você vai começar a receber os artigos regularmente. Assim:
6) É importante salientar que nem sempre você receberá algo de seu interesse. As palavras podem até constar na publicação e o tema central ser outro. Mas não é algo sensacional?
7) A qualquer momento você pode cancelar o Alerta, clicando no link do final do e-mail. Pode também alterar a combinação de palavras.
Essa é uma ferramenta simples e utilíssima. Obviamente, não vai jamais substituir o seu senso crítico para julgar o que é relevante e o que não é. O que faz sentido e o que deve ser desprezado. Até onde eu sei, o Google ainda não desenvolveu nada para isso.
1) O primeiro passo é acessar a página do Google Acadêmico.
2) Em seguida, digitar as palavras com as quais você deseja fazer a busca de artigos, teses e dissertações. Valem as mesmas regras para a busca tradicional do Google: expressões entre aspas resultam na busca daquela combinação exata de palavras:
3) O resultado é tudo o que o Google encontra com aquelas palavras que já tenha sido publicado até aquele momento. Só que não queremos apenas isso. Queremos receber, daqui pra frente, tudo o que for produzido com aqueles termos. Para isso, devemos clicar em "Criar alerta".
4) Na tela seguinte, além de definir as palavras da busca, você deve digitar o email para o qual as publicações devem ser enviadas.
5) Você vai começar a receber os artigos regularmente. Assim:
6) É importante salientar que nem sempre você receberá algo de seu interesse. As palavras podem até constar na publicação e o tema central ser outro. Mas não é algo sensacional?
7) A qualquer momento você pode cancelar o Alerta, clicando no link do final do e-mail. Pode também alterar a combinação de palavras.
Essa é uma ferramenta simples e utilíssima. Obviamente, não vai jamais substituir o seu senso crítico para julgar o que é relevante e o que não é. O que faz sentido e o que deve ser desprezado. Até onde eu sei, o Google ainda não desenvolveu nada para isso.
04 maio 2015
Precarização do trabalho na saúde
Precarização do trabalho na saúde:
O caso de Dentistas e Fisioterapeutas na Cidade de Salvador.
Henrique Saldanha
Lana Bleicher
Grupo de Pesquisa Trabalho, Trabalhadores e Reprodução Social
Data: 8/04/2015
Horário:
Local: Auditório do CRH/UFBA
R. Prof. Aristídes Novis, 197 - Federação, Salvador - BA, 40210-909
Veja no mapa aqui.
Leituras:
Artigo 1
Artigo 2
O caso de Dentistas e Fisioterapeutas na Cidade de Salvador.
Henrique Saldanha
Lana Bleicher
Grupo de Pesquisa Trabalho, Trabalhadores e Reprodução Social
Data: 8/04/2015
Horário:
Local: Auditório do CRH/UFBA
R. Prof. Aristídes Novis, 197 - Federação, Salvador - BA, 40210-909
Veja no mapa aqui.
Leituras:
Artigo 1
Artigo 2
09 abril 2015
O projeto de lei da terceirização e o que nós temos a ver com isso
Esta semana foi aprovado na Câmara o Projeto de Lei 4.330/2004 sobre as terceirizações. Poderia discorrer longamente sobre as graves consequências que essa lei trará para os trabalhadores, mas irei me ater a uma: a liberação da tercerização das atividades-fim.
O que é isso?
Hoje predomina o entendimento de que somente podem ser tercerizadas as atividades-meio. Por exemplo: uma fábrica de fogões pode tercerizar a limpeza, a vigilância, a contabilidade, mas não a finalidade principal da empresa, que é fabricar fogões. Isso não quer dizer que a prática não ocorra. É comum que atividades bancárias sejam desenvolvidas no interior das agências por trabalhadores terceirizados. Pode isso? Poder não pode, mas acontece.
Claro, que “não poder” faz muita diferença. Afinal, não podendo, cabem ações na justiça, cabe denúncia ao Ministério Público. Mas se interdição cai, começa o vale-tudo. Escola pode terceirizar professor, hospital pode terceirizar profissional de saúde. No serviço público, somente ações exclusivas do Estado, como regulação e fiscalização, não seriam terceirizáveis - o resto todo pode. Na minha tese fiz um levantamento de pesquisas que quantificavam a precarização dos vínculos trabalhistas do SUS e é impressionante como o que deveria ser o padrão - o profissional concursado - é a minoria.
Comecei a lecionar na graduação em Odontologia ainda em 2.000 e é notável a diferença de expectativa profissional entre os estudantes daquela época e os atuais. Hoje, o interesse pelo ingresso no setor público é muito maior. Terei de explicar para os estudantes que o serviço público que os aguarda terá postos de trabalho muito mais desprotegidos, instáveis, com menos direitos e que a rotatividade de trabalhadores que já existe e é grave será amparada por lei. A menos que essa lei seja barrada. Ainda há tempo.
P.S.: Não deixe de ler o artigo Nove motivos para você se preocupar com a nova lei da terceirização. De multiplicação de acidentes de trabalho ao aumento da corrupção, passando por diminuição dos salários e aumento do desemprego, Piero Locatelli disseca os potenciais efeitos do projeto de lei.
O que é isso?
Hoje predomina o entendimento de que somente podem ser tercerizadas as atividades-meio. Por exemplo: uma fábrica de fogões pode tercerizar a limpeza, a vigilância, a contabilidade, mas não a finalidade principal da empresa, que é fabricar fogões. Isso não quer dizer que a prática não ocorra. É comum que atividades bancárias sejam desenvolvidas no interior das agências por trabalhadores terceirizados. Pode isso? Poder não pode, mas acontece.
Claro, que “não poder” faz muita diferença. Afinal, não podendo, cabem ações na justiça, cabe denúncia ao Ministério Público. Mas se interdição cai, começa o vale-tudo. Escola pode terceirizar professor, hospital pode terceirizar profissional de saúde. No serviço público, somente ações exclusivas do Estado, como regulação e fiscalização, não seriam terceirizáveis - o resto todo pode. Na minha tese fiz um levantamento de pesquisas que quantificavam a precarização dos vínculos trabalhistas do SUS e é impressionante como o que deveria ser o padrão - o profissional concursado - é a minoria.
Comecei a lecionar na graduação em Odontologia ainda em 2.000 e é notável a diferença de expectativa profissional entre os estudantes daquela época e os atuais. Hoje, o interesse pelo ingresso no setor público é muito maior. Terei de explicar para os estudantes que o serviço público que os aguarda terá postos de trabalho muito mais desprotegidos, instáveis, com menos direitos e que a rotatividade de trabalhadores que já existe e é grave será amparada por lei. A menos que essa lei seja barrada. Ainda há tempo.
P.S.: Não deixe de ler o artigo Nove motivos para você se preocupar com a nova lei da terceirização. De multiplicação de acidentes de trabalho ao aumento da corrupção, passando por diminuição dos salários e aumento do desemprego, Piero Locatelli disseca os potenciais efeitos do projeto de lei.
25 março 2015
Curso de WEFT-QDA 2015
O WEFT QDA é um software livre idealizado para auxiliar no processo de análise das pesquisas qualitativas. Ele permite a categorização e elaboração de relatórios a partir de entrevistas e outros documentos escritos. Mas este programa também pode ser muito útil no processo de revisão de literatura de qualquer pesquisa. Esse curso mostrará como.
Local: laboratório do 4º andar da FOUFBA. São dez vagas disponíveis para usar os computadores do auditório ( dois estudantes por computador) e quatro vagas para aqueles que levarem seu próprio notebook com o programa já instalado.
Duração: 3 horas.
Dias 30 de março e 6 de abril, de 17:40 às 19:10.
Observação: em função do número limitado de vagas, só preencha esse cadastro caso realmente tenha disponibilidade para fazer este curso, que é gratuito.
Atenção: baixe o instalador do programa aqui:
http://www.moodle.ufba.br/mod/resource/view.php?id=211055
ou aqui: http://www.pressure.to/qda/
Manual do programa em Espanhol aqui:
http://www.pressure.to/qda/doc/weft_manual-es.pdf
Manual do programa em Inglês aqui:
http://www.pressure.to/qda/doc/
Inscrições encerradas
Inscritos:
Leonardo Pontes Sieiro
DANIELE MACHADO PEREIRA ROCHA
Thaiane Menezes da Silva
Gessica Tais Batista e Silva
Érica Santos de Sousa
Patricia Cunha Silva
ROBÉRIO OLIVEIRA SANTOS
Larissa Oliveira Ramos Silva
Gabriel Oliveira Barbosa
RUI CORREIA CRUZ FILHO
Ueslei Jardiel Rego
02 março 2015
Odontologia nos tempos atuais
Seguem abaixo os slides da apresentação feita na VI Semana Acadêmica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia.
Endereço: Avenida Araújo Pinho, 62 - Canela, Salvador - BA, 40110-040
04 fevereiro 2015
Planos odontológicos x planos médicos: qual o setor mais concentrado?
O setor de planos odontológicos se torna mais concentrado a cada dia. Já havia comentado sobre isso em outros posts do blog. Mas este setor é mais ou menos concentrado do que o de planos médicos? A resposta pode ser obtida usando os dados disponibilizados pela ANS.
As operadoras de planos de assistência médica atendem mais de 50 milhões de usuários. A maior delas representa 7,9% deste mercado. As três maiores cobrem juntas 18,5%. Parece muito?
As operadoras de planos exclusivamente odontológicos atendem mais de 21 milhões de usuários. A maior dela representa sozinha 31% do mercado. As três maiores cobrem juntas 45,5%.
"Segundo o Guia de Análise Econômica de Atos de Concentração Horizontal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê), um mercado é concentrado quando a maior empresa detém mais de 20% do faturamento ou quando esse percentual é acima de 75% para as quatro maiores empresas".Há algo acontecendo nesse setor que merece atenção...
PIETROBON, Louise; PRADO, Martha Lenise do and CAETANO, João Carlos. Saúde suplementar no Brasil: o papel da Agência Nacional de Saúde Suplementar na regulação do setor. Physis [online]. 2008, vol.18, n.4, pp. 767-783. ISSN 0103-7331.
Crédito da imagem: UNIMED
Crédito da imagem: UNIMED
29 janeiro 2015
Quatro centavos a mais
Hoje descobri uma publicação da ANS muito interessante: o Mapa Assistencial, que apresenta dados econômico-financeiros anuais por operadoras de planos de saúde. A edição de 2014 pode ser baixada aqui.
Um dado interessante que pode ser obtido nessa publicação:
No segundo semestre de 2012, foram realizadas 4.368.079 consultas odontológicas iniciais no setor de saúde suplementar. Por estes procedimentos as operadoras de planos desembolsaram R$ 54.339.479,34. Isto significa dizer que foi pago em média R$ 12,44 por consulta inicial.
No segundo semestre de 2013, foram realizadas 6.054.125 consultas odontológicas, resultando em uma despesa de R$75.557.788,59. Significa dizer que, passado um ano, a média do valor pago por consulta inicial foi R$ 12,48. Quatro centavos a mais. A variação do IPCA de dezembro de 2012 a dezembro de 2013 foi 5,8%. Ou seja, o valor, se reajustado por esse índice, seria R$13,16. Que continua sendo muito baixo.
Só para lembrar, em 2013, a Odontologia suplementar ultrapassou o marco de 20 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
Um dado interessante que pode ser obtido nessa publicação:
No segundo semestre de 2012, foram realizadas 4.368.079 consultas odontológicas iniciais no setor de saúde suplementar. Por estes procedimentos as operadoras de planos desembolsaram R$ 54.339.479,34. Isto significa dizer que foi pago em média R$ 12,44 por consulta inicial.
No segundo semestre de 2013, foram realizadas 6.054.125 consultas odontológicas, resultando em uma despesa de R$75.557.788,59. Significa dizer que, passado um ano, a média do valor pago por consulta inicial foi R$ 12,48. Quatro centavos a mais. A variação do IPCA de dezembro de 2012 a dezembro de 2013 foi 5,8%. Ou seja, o valor, se reajustado por esse índice, seria R$13,16. Que continua sendo muito baixo.
Só para lembrar, em 2013, a Odontologia suplementar ultrapassou o marco de 20 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
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