Cárie e mercado de trabalho odontológico

Não é incomum encontrar quem lamente o declínio dos índices de cárie entre brasileiros por considerar que isso prejudica o mercado de trabalho para o dentista. Um raciocínio deveras tacanho, que pressupõe que o quadro de adoecimento da população deva se manter inalterado ao longo das gerações somente porque determinada categoria profissional é incapaz de evoluir junto.

Achei uma passagem em uma publicação da ANS que coloca a questão sob um prisma bem mais interessante:

Melhorar os índices de saúde bucal significa, na prática, que cada vez mais as pessoas têm mantido seus dentes na boca, isto é, a quantidade de dentes perdidos tem diminuído. Seguindo este raciocínio, quanto mais as pessoas mantêm seus dentes, mais dentes ficam expostos a doenças bucais. Ou seja, mais e mais pessoas necessitam de atenção odontológica.

Série Regulação e Saúde - Vol. 2 - Planos Odontológicos: Uma Abordagem Econômica no Contexto Regulatório.
Elisabeth Covre e Sandro Leal Alves


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